segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ingresso ao ensino médio japonês requer planejamento de pais e alunos

Participação nas reuniões de pais e mestres e acompanhamento do desempenho escolar são fundamentais para definir o futuro dos filhos
O sistema de ensino japonês e o prosseguimento aos estudos com o ingresso ao ensino médio (kookoo) foram tema de palestra do Centro Internacional de Nagoya (NIC), em Aichi, no sábado (16).
O evento recebeu 94 pessoas, a maioria brasileira formada por pais e alunos, em busca de orientação. Após a formatura do ensino fundamental (chuugakoo), o estudante pode começar a trabalhar ou então, optar pelo ensino médio público ou particular com período integral (3 anos), sistema de meio período (4 anos), por correspondência (4 anos), escola profissionalizante ou de especialização específica. “Tudo depende dos planos do aluno para seu futuro e do planejamento prévio”, destaca o professor Massaya Kitou da Comissão de Educação de Nagoya.
Os critérios e condições para a admissão do estudante em cada estabelecimento variam conforme a escola escolhida. Mas para definir antecipadamente qual caminho irá seguir com base no desempenho e histórico escolar, são realizadas reuniões explicativas pelo professor responsável aos pais de cada aluno do terceiro ano do ensino fundamental: o hogoshakai.
Nos exames de admissão, caso o candidato não seja aprovado, poderá ter direito a uma nova chance de se submeter ao teste.
Visando o futuro do filho Antonio Massanori, 15, o casal Marcos e Francilene Hirata foram alguns dos brasileiros que compareceram à palestra do NIC. “O sonho dele é ser jogador de futebol, mas a gente sabe que são poucos que conseguem. Para garantir uma profissão quero que ele estude num colégio que ofereça esportes, no caso, futebol, e um curso profissionalizante”, explica Francilene.
A família além de ouvir atentamente às instruções participou das consultas com representantes de duas instituições de período integral, duas de meio período (noturno) e uma de especialização, todas localizadas na província de Aichi. Alunos estrangeiros de três estabelecimentos relataram para a platéia as dificuldades enfrentadas e os desafios superados para a continuidade dos estudos.
Os brasileiros Mathews Sogabe, 16, aluno do primeiro ano da escola de mecânica Aichi Jidoosha Seibi Senmon Gakkoo e Juliano Lage, 18, formando do colégio Kikutake Business Gakkoo, voltado para informática e negócios trocaram idéias com os participantes dando dicas e incentivos para as famílias. Sogabe chegou ao país há nove anos, e contou com o apoio dos professores e colegas para aprender o idioma japonês.
Hoje, estuda para obter o certificado de profissional de mecânica para realizar inspeção de carros. “Penso em abrir uma oficina mecânica com meu pai. É uma área em expansão no Japão”, comenta.
Lage chegou ao Japão com 14 anos de idade. Com apoio de voluntários do Centro Internacional estudou por um ano a língua japonesa para prestar o exame de admissão. “Gosto de computação e quero trabalhar com isso no futuro”, garante o jovem que divide o tempo entre os estudos e o trabalho temporário (arubaito) numa unidade de rede de fast-food.
Para as famílias com dificuldades de pagar as despesas escolares existe um sistema de bolsa de estudos com redução de valores, subsídios e empréstimos. Porém, no ano letivo de 2010, pela gratuidade, as taxas escolares não serão mais cobradas nas escolas públicas, enquanto o país, por meio do auxílio financeiro escolar, pagará o subsídio de ¥118.000 a ¥237.000 por ano nas escolas particulares. Com isto, o sistema de subsídio da taxa escolar de Aichi e Nagoya também pode sofrer mudanças. Para mais informações consulte à escola.
Fonte: IPC Digital
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