A disciplina não está oficialmente inclusa na grade curricular do curso, mas os estudantes frequentam por iniciativa própria
Dez dos 20 alunos da 12ª turma do curso técnico de mecânica automobilística da montadora Toyota Motors aprendem japonês aos fins de semana em aulas promovidas pelo departamento multicultural da província de Aichi, em uma escola brasileira de Nagoya.
A disciplina não está oficialmente inclusa na grade curricular do curso. Os estudantes frequentam por iniciativa própria junto com um instrutor e um assistente da montadora que participam para estimulá-los no aprendizado do idioma.
O instrutor Hideki Missunaga e o assistente Valdemar Yamada foram alunos do curso técnico de mecânica e após a formatura foram contratados pela empresa para ensinar os novos participantes e formar profissionais aptos a trabalharem nas concessionárias da Toyota no Brasil.
De acordo com eles todo o conhecimento do idioma japonês que adquiriram enquanto viveram no Japão foi um diferencial que lhes proporcionaram a oportunidade e por isso incentivam os jovens a aprender o máximo da língua.
“Conhecemos o curso de japonês por indicação de uma ex-aluna. Muitos tiveram o mesmo interesse e resolvemos vir juntos para colaborar”, lembra Missunaga.
Apesar das dificuldades dos alunos em conciliarem o estudo da mecânica com as tarefas de casa passadas pelos instrutores e agora, com a disciplina da língua japonesa Yamada garante que cada um será recompensado no futuro. “Realmente é corrido e exige que façam sacrifícios. Mas o idioma é um diferencial, ainda mais por se tratar de uma empresa japonesa”, comenta. “A língua nos abriu portas e o aprendizado nunca é demais. É isso que queremos despertar neles”, acrescenta Missunaga.
O estudante Rafael Nakata, 27, encara as novas aulas como uma chance de aperfeiçoar seu nihongô para adicionar um item a mais no currículo profissional. “Ao retornar para o Brasil, isso pode ser uma vantagem para nós que estudamos aqui no Japão”, acredita.
Pela primeira vez nas 12 edições do curso da Toyota quatro mulheres foram aprovadas para a mesma turma. Jennifer Naomi, 17, é uma delas e frequenta o curso em Inazawa, Aichi, diariamente mesmo vivendo em Kakamigahara, Gifu.
Numa prova de que todo esforço para aprender nunca é demais, se matriculou nas aulas de japonês da província deixando os dias de descanso de lado para mergulhar nos livros. “Fico até perdida com tanto conteúdo, tarefa e matérias para estudar em casa. Mas gosto de estudar japonês e confio que vamos colher os frutos mais tarde”, assegura a jovem.
No curso promovido pelo departamento multicultural da província de Aichi em Nagoya, no Colégio Brasil-Japão, estão matriculados 34 alunos. As aulas acontecem três vezes durante a semana e em sábados alternados.
O corpo docente é formado por professores com experiência no ensino do idioma para estrangeiros. As aulas acontecem em ritmo dinâmico, inclusive com músicas para torná-las mais interessantes. “Já oferecíamos cursos para crianças e para motivar os pais abrimos mais este para os adultos. Esperávamos 10 pessoas, mas para nossa surpresa vieram 34 e dividimos em três salas”, conta o diretor da escola Carlos Shinoda.
Segundo o assistente-diretor do departamento multicultural da província de Aichi, Yuji Nishikawa, o curso é realizado por 13 entidades e busca passar não apenas informações úteis para o trabalho como os hábitos, costumes e a cultura japonesa. As aulas encerram em dezembro.
Fonte: IPC Digital
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