quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Nova fábrica da Toyota

Obra da montadora, que começa na quarta-feira com investimento de R$ 1 bilhão, deve gerar 1,5 mil empregos diretos e 5 mil indiretos
A chegada da Toyota, primeira montadora de automóveis a se instalar em Sorocaba, a 92 quilômetros de São Paulo, vai produzir uma grande transformação no perfil da cidade. Além de investir R$ 1 bilhão em sua unidade, a montadora japonesa trará outras 12 fabricantes de componentes e fornecedoras de serviços.
A área fica à margem esquerda da rodovia Castelo Branco, que liga a capital ao oeste paulista. No mesmo local, a prefeitura e o governo estadual iniciaram a montagem de um polo de alta tecnologia para incubadoras de empresas, laboratórios e extensões de universidades. Com os lançamentos imobiliários e comerciais previstos para a região, num prazo de cinco anos a área urbana terá uma ampliação de 10 quilômetros, atingindo a beira da rodovia. "O atual mapa de Sorocaba será fortemente alterado", prevê o prefeito Vitor Lippi (PSDB).
A pedra fundamental da fábrica será lançada na quarta-feira com a presença do governador de São Paulo, Alberto Goldman, e do vice-presidente da Toyota Motor Corporation, Atsushi Niimi. A terraplenagem da área de 3,7 milhões de metros quadrados foi concluída. De acordo com a prefeitura, o volume de terra movimentada só foi menor que o da construção do trecho sul do Rodoanel.
A produção de veículos será iniciada em 2012, conforme a previsão da Toyota. Na fase inicial, serão montados 70 mil automóveis por ano, mas, segundo o prefeito, a empresa pretende ampliar gradativamente a planta até a capacidade instalada de 400 mil veículos. "Essa expansão vai depender do mercado", disse. A empresa admitirá inicialmente 1.500 funcionários. Lippi estima a geração de outros 5 mil empregos indiretos.

Valorização
A Toyota se instala na zona norte, região mais populosa da cidade e a única com potencial de crescimento. Nos anos 90, ela concentrou os loteamentos populares para atender moradores de baixa renda. De dez anos para cá, a ocupação se acelerou. A prefeitura estima que nos 260 bairros morem 200 mil pessoas.
Desde que a montadora japonesa instalou o canteiro de obras, em agosto do ano passado, o preço da terra dobrou, segundo o corretor de imóveis Francisco Ávilla. A chegada dos condomínios fechados de médio e alto padrão, segundo ele, contribuiu para a valorização imobiliária, um fenômeno que acabou se espalhando por toda a cidade.
O professor universitário Antonio de Araujo, que se transferiu de Bauru para Sorocaba, conta que teve dificuldade para conseguir um imóvel. "Vendi um apartamento de 315 metros em Bauru e só consegui achar por valor equivalente um de 115 metros aqui", conta Araujo.
O diretor geral do Sindicato da Habitação (Secovi) em Sorocaba, Flávio Amary, acredita que as áreas livres no entorno da Toyota serão ocupadas por empreendimentos imobiliários de vários níveis, para atender tanto trabalhadores das linhas de montagem, como prestadores de serviços, técnicos e executivos. "Nesse processo, a região deve atrair o comércio e, com ele, agências bancárias e outros serviços."
Dois shoppings centers tomaram a dianteira - um deles, o Plaza Shopping Itavuvu, terá 200 lojas, um hipermercado, cinemas e estacionamento para 1,5 mil veículos. A empresa Proactiva instalou um centro de gerenciamento ambiental em área próxima, licenciado para receber resíduos industriais.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) vai construir escola para mil alunos. O prédio, em área de 24 mil metros doados pelo município, começa a funcionar junto com a Toyota.
A prefeitura anunciou o prolongamento e a duplicação da Avenida Itavuvu, uma das principais da zona norte, até a rodovia Castelo Branco. O plano é construir uma ciclovia ao longo da pista - a cidade já dispõe de 65 quilômetros desse tipo de via.
O governo estadual assumiu a construção de viadutos e alças de acesso da rodovia à fábrica, obra de R$ 80 milhões. O município já investe R$ 150 milhões na construção de 33 quilômetros de avenidas para melhorar o trânsito. A região deve receber quatro das oito escolas que serão construídas até 2012 para 15 mil alunos do ensino básico.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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