Dados divulgados nesta terça-feira revelam queda na produção industrial japonesa em agosto, impactada pelas tarifas comerciais dos EUA
A produção industrial do Japão caiu mais do que o esperado em agosto, após um declínio semelhante no mês anterior, à medida que as tarifas comerciais dos EUA pesaram nas exportações.As vendas no varejo caíram inesperadamente para o seu nível mais baixo em quatro anos.
A produção industrial registrou uma queda de 1,2% mês a mês em agosto, conforme mostraram os dados do governo nesta terça-feira (30). Esse resultado foi mais fraco do que as expectativas de uma contração de 0,7% e se manteve estável em relação a um declínio de 1,2% em julho.
As vendas no varejo caíram 1,1% em comparação com o ano anterior, marcando seu primeiro declínio desde fevereiro de 2022 e sua maior queda desde agosto de 2021. Os números vieram em contraste com as expectativas de um aumento de 1%, revertendo uma alta de 0,4% em julho.
Esta fraqueza ocorre apesar da confirmação de um novo acordo comercial entre EUA e Japão no mês passado, que reduziu as tarifas planejadas sobre carros japoneses e componentes para um patamar básico de 15%, abaixo das propostas iniciais de 25%.
As tarifas revisadas ainda representam um obstáculo para as montadoras, que enfrentam margens de lucro mais estreitas e uma demanda mais fraca nos EUA.
Consumo privado japonês permaneceu contido
A fraqueza inesperada nos dados de vendas no varejo sinalizou que o consumo privado japonês, uma força motriz da economia, permaneceu contido devido aos ventos contrários da inflação persistente e da incerteza econômica.
O gasto privado tem sido um grande propulsor da inflação no Japão nos últimos anos e foi também um fator motivador para o Banco Central do Japão (BOJ) aumentar as taxas de juros.
O BOJ manteve suas taxas de juros estáveis em 0,5% no início deste mês, mas dois membros do conselho se opuseram, pedindo um aumento de um quarto de ponto percentual, sinalizando uma inclinação mais rígida do banco central.
Fonte: Portal Mie com Investing