A regulamentação do limite de horas extras para os setores de transporte e construção agravou ainda mais a situação
A escassez de mão de obra está se tornando um problema cada vez mais sério para a gestão empresarial no Japão. A falta de trabalhadores, dificuldade de contratação e aumento dos custos de pessoal resultaram em um recorde de 182 casos de falência de pequenas empresas no primeiro semestre de 2024, informou o Teikoku Databank.Desde abril de 2024, a regulamentação do limite de horas extras para os setores de transporte e construção agravou ainda mais a falta de mão de obra, com 53 casos de falência na construção e 27 na logística, ambos os maiores números registrados para um primeiro semestre.
Empresas com menos de 10 empregados representam cerca de 80% do total de falências. Embora o número de trabalhadores esteja aumentando, indicando uma ligeira melhora na escassez de mão de obra, a percepção de falta de trabalhadores continua alta. Isso sugere que o número de falências entre pequenos empresários pode continuar a aumentar.
Comparado ao primeiro semestre de 2023, com 110 casos, houve um aumento significativo para 182 falências por falta de mão de obra em 2024. Desde o início das estatísticas em 2013, o número de falências tem batido recordes por dois semestres consecutivos.
Uma pesquisa de maio de 2024 do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão indicou que o número de pessoas empregadas atingiu 67,66 milhões, aumentando por 22 meses consecutivos.
No entanto, mais de 10 milhões de pessoas manifestaram desejo de mudar de emprego, o maior número registrado, acelerando a fluidez do mercado de trabalho. Pequenas empresas são especialmente vulneráveis, já que a perda de funcionários pode ser devastadora, muitas vezes levando ao encerramento das atividades.
Três meses após a implementação das regulamentações mais rígidas sobre horas extras, as falências no setor de construção e logística devido à falta de mão de obra aumentaram visivelmente.
A incapacidade de aumentar a força de trabalho ou melhorar a eficiência operacional resultou em impacto significativo nos negócios, dificultando a sobrevivência das empresas.
No setor de logística, a escassez de motoristas de caminhão e as novas regulamentações resultaram em 27 falências, quase o dobro do mesmo período no ano anterior (15 casos). Problemas na logística, um setor fundamental para várias indústrias, exigem respostas adequadas, com muitas empresas (62,7%) já adotando medidas como aumento dos custos de transporte e revisão de cronogramas.
Fonte: Alternativa