O presidente da Associação das Escolas Brasileiras no Japão (AEBJ), Walter Toshio Saito, disse nesta sexta-feira (28) que as instituições de ensino associadas terão liberdade para decidir sobre a suspensão das aulas, após o primeiro-ministro Shinzo Abe ter pedido o fechamento temporário de todas as escolas no país a partir de 2 de março.
O pedido de Abe não tem caráter obrigatório, mas muitas províncias já estão se preparando para seguir as orientações do governo, que têm como objetivo prevenir a disseminação do novo coronavírus entre alunos e professores.
Segundo Saito, as escolas brasileiras devem consultar a cidade ou a província onde estão localizadas para tomar uma decisão com base nas administrações regionais.
"Cada caso é um caso. Temos que ser neutros, mas se o governo está pedindo queremos seguir as normas", disse Saito, acrescentando que as escolas poderão enfrentar problemas como tempo para cumprir o currículo e a adaptação dos pais que trabalham fora.
Na quinta-feira, Abe pediu a suspensão das aulas de 2 de março até as férias de primavera, quando termina o ano letivo, em todas as escolas do primário (shougakkou), ginasial (chuugakkou) e colegial (koukou), além de escolas especiais.
As creches (hoikuen) e os jardins de infância (youchien) não serão incluídos na medida, segundo o governo.
O governador de Aichi, Hideaki Omura, disse que as aulas de todas as escolas da província serão suspensas a partir de segunda-feira (2), mas as cerimônias de formatura ocorrerão conforme programado com número reduzido de pessoas.
O prefeito de Nagoia (Aichi), Takashi Kawakami, informou que os jardins de infância da cidade também não funcionarão no período sugerido pelo governo.
"Abe deveria ter tomado essa decisão bem antes", disse a governadora de Tóquio, Yuriko Koike.
A prefeitura de Hamamatsu (Shizuoka) determinou que as aulas serão suspensas de 3 a 15 de março. As escolas devem funcionar normalmente na segunda-feira (2).
A província de Hokkaido e as cidades de Osaka e Ichikawa (Chiba) já tinham tomado a decisão de suspender as aulas antes mesmo de qualquer medida do governo central.
"A saúde e a segurança das crianças devem estar acima de tudo. Elas e os professores ficam muito tempo juntos na sala de aula, aumentando o risco de contágio", disse Abe.
O governo vai orientar as escolas para que as cerimônias de formatura e outros eventos programados tenham medidas de prevenção ou sejam realizados com o menor número de pessoas possível, além de pedir aos alunos para evitar sair de casa.
Abe também vai solicitar às empresas que sejam compreensíveis com funcionários que precisarem faltar no trabalho para cuidar de filhos pequenos.
Fonte: Alternativa