terça-feira, 15 de novembro de 2011

PIB do Japão supera buraco do terremoto com forte alta

O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão cresceu entre julho e setembro pela primeira vez desde o devastador terremoto de março, apoiado na rápida recuperação da produção industrial e na melhoria do consumo interno.

No terceiro trimestre do ano, o segundo do exercício fiscal japonês, a terceira economia mundial cresceu 6% ao ano e 1,5% na comparação com o trimestre anterior, conforme dados preliminares divulgados nesta segunda.

Trata-se do maior ritmo de expansão desde o trimestre janeiro-março de 2010, graças aos melhores resultados das exportações, que cresceram pela primeira vez nos últimos três trimestres (6,2%), sob o impacto da veloz restauração da rede de abastecimento após o tsunami.

À capacidade da indústria japonesa de recuperar-se da catástrofe, a pior sofrida pelo Japão desde a Segunda Guerra Mundial, seguiu o aumento do consumo doméstico, que representa 60% do PIB.

O consumo subiu 1% graças principalmente à despesa em veículos, viagens e outras atividades de lazer dos japoneses, que no trimestre anterior haviam puxado o freio nos gastos diante da comoção pela tragédia e a incerteza pela crise nuclear.

Após o golpe inicial, as empresas aumentaram suas despesas entre julho e setembro, em 1,1%, com a crescente demanda de máquinas de construção para reerguer de novo as zonas assoladas.

Apesar dos dados positivos, o Governo apressou-se em advertir que a recuperação econômica do Japão ainda está confusa por causa do arrefecimento econômico global e o iene extraordinariamente forte, o que representa um sério empecilho às empresas exportadoras.

'É preciso ficar atento aos riscos que persistem, incluindo a deterioração de algumas economias estrangeiras, o impacto das inundações na Tailândia e a rápida apreciação do iene', ressaltou o secretário de Estado de Política Econômica e Fiscal tributário, Motohisa Furukawa, em entrevista coletiva.

A moeda japonesa, transformada em divisa refúgio por causa da crise de dívida na Europa e as incertas da economia dos EUA, ronda há meses as máximas valorizações frente ao dólar e ao euro, prejudicando os exportadores japoneses.

Desde setembro do ano passado, o Japão interveio em quatro ocasiões no mercado de divisas para desvalorizar sua moeda, a última 31 de outubro.

Os efeitos das operações não duraram por muito tempo e atualmente o iene está em torno de 77 ienes por dólar. No ano passado, antes da primeira intervenção, o valor era de 82.

A valorização do iene se refletiu nos resultados financeiros de grandes grupos como Toyota e Sony, insígnias empresariais do Japão, que entre julho e setembro apresentaram frágeis resultados que atribuíram em boa parte à cotação da moeda japonesa.

O Ministério das Finanças japonês deixou ver em várias ocasiões que a apreciação do iene se deve a fatores externos, como a crise de dívida europeia, considerada por muitos analistas um dos grandes riscos para a recuperação japonesa.

Para economistas como Kenji Tanaka, do Banco de Desenvolvimento do Japão, a demanda externa vai afetar significativamente o futuro da economia japonesa, que entre outubro e dezembro se manterá em alta, mas deve desacelerar seu ritmo de crescimento, pelas previsões.

Consciente da importância da estabilidade na zona do euro, o Japão insistiu em mais de uma ocasião em seu compromisso com a região, e adquiriu quase 20% dos bônus emitidos até agora pelo fundo europeu de resgate.

Fonte: G1 com Efe
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