quinta-feira, 31 de março de 2011

Terremoto leva atividade fabril do Japão à mínima em 2 anos

Desastre interrompeu cadeias de fornecimento e operações de distribuição.
Índice do setor caiu de 52,9 em fevereiro para 46,4 em março.
A atividade manufatureira do Japão caiu ao menor nível em dois anos e teve o maior declínio mensal já registrado, com o terremoto e o tsunami interrompendo cadeias de fornecimento e operações de produção, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (31).

O índice Markit/JMMA do setor manufatureiro japonês caiu de 52,9 em fevereiro para 46,4 em março, a mínima desde abril de 2009.

Os dados são um dos primeiros resultados dos severos danos à produção causados pelo terremoto e o tsunami de 11 de março no nordeste do Japão, que geraram uma crise de segurança nuclear e apagões de energia.

"O impacto da falta de energia, da interrupção da cadeia de fornecimento e a paralisação da atividade de muitas fábricas após o terremoto é grande. Existe a possibilidade de que o índice manufatureiro se enfraqueça ainda mais", disse Takeshi Minami, economista-chefe do Norinchukin Research Institute, em Tóquio.

Na pesquisa, o índice principal caiu abaixo da marca do 50 que separa contração de expansão pela primeira vez em três meses. O declínio mensal excedeu as quedas vistas após o ataques de 11 de setembro de 2011, nos Estados Unidos, e o colapso do Lehman Brothers, em 2008.

O componente de produção fabril caiu de 53,9 para a mínima em dois anos de 37,7 em março, a maior queda já registrada, com uma série de participantes da pesquisa relatando que a falta de energia e problemas logísticos restringiram a produção.

Novo imposto
O governo japonês está considerando introduzir um imposto especial e emitir títulos especiais para ajudar a financiar a ajuda humanitária e a reconstrução após o terremoto e tsunami que devastaram o país nesse mês, informou o Nikkei nesta quinta-feira.

O governo está atualmente elaborando uma legislação que pede a criação de um imposto especial e títulos e a lei também inclui linguagem mais clara que permitiria ao governo solicitar ao Banco do Japão subscrever títulos do governo, disse o comunicado.

Sob a atual lei fiscal, o Banco do Japão pode subscrever diretamente as dívidas do governo apenas em circunstâncias especiais. O imposto especial poderia ser estabelecido como um aumento no imposto corporativo ou no imposto sobre vendas, ou um aumento na taxa do imposto de renda, disse o Nikkei.

O governo pretende apresentar a proposta de lei ao Parlamento até o final de abril.

Tóquio estima que os danos materiais por conta do terremoto de magnitude 9,0 e tsunami devastador na costa nordeste do Japão poderia ultrapassar 300 bilhões de dólares, o que tornaria o desastre no mais caro já ocorrido no mundo.

O governo também pretende compilar diversos orçamentos adicionais para lidar com o desastre, mas o primeiro -- provavelmente a ser compilado até o final de abril -- terá como foco medidas urgentes como a retirada de escombros e a construção de casas temporárias.
Fonte: G1
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