sábado, 23 de outubro de 2010

Nikkeis e governo japonês fazem debates na 51ª Convenção

Representantes do governo japonês enfatizaram a importância dos nikkeis aprenderem a língua local
A 51ª Convenção de Nikkeis no Exterior, que começou na quarta-feira (20) em Tokyo, teve na quinta-feira (21) uma acalorada discussão entre os representantes das comunidades nikkeis no Japão sobre o seguro social, os cursos de japonês, a precariedade dos empregos e o nova carteira de identidade dos estrangeiros chamda de Zairyu Card.
A Convenção se dividiu em mesas de debates independentes cujos temas foram o voto no exterior, aposentadoria e dupla nacionalidade, vida dos nikkeis no Japão, educação e idioma japonês e jovens nikkeis.
Os debates na mesa sobre a vida dos nikkeis no Japão aconteceram no Instituo de Pesquisas da Jica, em Ichigaya, Tokyo, e duraram quase cinco horas com cerca de 30 pessoas inscritas para falar, incluindo funcionários dos ministérios japoneses e representantes das comunidades nikkeis do Brasil, Peru e Filipinas.
Representantes peruanos denunciaram o fato das empresas não inscreverem os trabalhadores no seguro social (Shakai Hoken) e lembraram a necessidade de uma política de emprego para os nikkeis com mais de 40 anos de idade. Um outro ponto lembrado foi o acesso aos cursos de japonês patrocinados pelo ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar Social, não só aos desempregados, mas também para os trabalhadores em atividade, além de informações mais exatas de onde e quando eles estão acontecendo.
Participaram desta mesa de debates o novo diretor da Divisão de Medidas para os Trabalhadores Estrangeiros do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar Social, Hisashi Noguchi, um dos diretores do Escritório de Medidas para os Imigrantes do Gabinete de Governo, Tsuyoshi Miyachi, o funcionário do ministério da Educação, Takayuki Aso, a secretaria de Comunidades da Embaixada do Brasil, Patricia Côrtes, e Hideki Hashimoto, da Network Nacional de Brasileiros no Japão, entre outras entidades e autoridades.
Patricia Côrtes apresentou um quadro da situação dos brasileiros no Japão. Um dos funcionários do ministério do Trabalho disse que os trabalhadores nikkeis já podem lançar mão do curso de japonês do ministério - o Nikkeijin Shuro Junbi Kenshu -, apesar da prioridade no ano passado ter sido os desempregados. Ele afirmou que o governo está aumentando o número de cursos noturnos e intensivos nos sábados e domingos.
Apesar da acalorada discussão nas mesas de debates não ficaram definidas medidas concretas relacionadas aos nikkeis no país. No entanto, ficou concluído que os nikkeis devem levar o aprendizado da língua local com mais seriedade.
O diretor da Divisão de Medidas para os Trabalhadores Estrangeiros do ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar Social, Hisashi Noguchi, disse que a falta de domínio da língua japonesa dificulta o acesso dos trabalhadores nikkeis a uma vaga no mercado de trabalho. Ele lembrou que é “perigosa” a idéia de que melhorando a economia japonesa haverá mais empregos para os nikkeis, mesmo que eles não dominem a língua. Noguchi também lamentou o fato de muitos nikkeis abandonarem o curso de japonês oferecido pelo ministério.
Fonte: IPC Digital
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário